“Desde pequeno, eu era fascinado por qualquer objeto que piscasse luzes ou emitisse algum tipo de som. Desmontava despertadores e brinquedos para entender como funcionavam e passava horas lendo e assistindo filmes sobre robôs e naves espaciais.
Quando os primeiros computadores começaram a surgir, eu sabia que havia encontrado minha verdadeira paixão.” Cresci em uma cidade do interior do Paraná, onde a tecnologia era uma novidade. Aquele garoto fascinado por eletrônicos e ficção científica encontrou na informática a sua verdadeira paixão.
Naquela época, computador era coisa de outro mundo, e eu estava determinado a entender como aquelas “caixas mágicas” funcionavam. A chance de desvendar os mistérios das “caixas mágicas” surgiu quando meu pai que não tinha muitas condições financeiras na época deu um jeito para que eu pudesse ter o primeiro contato com esse universo que amo, ele tinha alguns amigos e conhecidos que trabalhavam em vários segmentos, um deles prestava serviços a uma empresa pioneira em telefonia e bem a frente na tecnologia na cidade, que acabou me proporcionando uma primeira experiência.
Nesse escritório, criado para atender à crescente demanda de empresas que adotavam os primeiros computadores, tive meu primeiro contato real com a tecnologia. Foi ali que tive a certeza de que a informática seria minha paixão e me inscrevi em um curso na área, no final dos anos 80. Quando eu cheguei a minha primeira aula, me deparei com alguns computadores e aparelhos, e lá estava eu na frente de uma máquina da Microsiga – uma das grandes referências em tecnologia nacional. O instrutor começou a explicar como usar os primeiros comandos, e para mim, aquilo parecia um código secreto de algum filme de ficção científica. Comandos que viraram sua rotina, enquanto ele tentava desvendar o funcionamento do equipamento e do sistema.
Entre um comando e outro, ele ouviu o instrutor mencionar outra empresa que fazia sucesso na época: a Prológica, que fabricava o CP-500. Esse computador parecia uma caixa enorme, com uma tela verde que emitia um brilho estranho, como se o monitor estivesse sempre de mau humor. O CP-500 tinha seus truques, e eu fiquei impressionado com a forma como os professores ensinavam a programar usando BASIC.
Em uma outra escola, eu vi também um computador mais compacto: o TK-85 da Microdigital. Apesar de simples, era uma verdadeira escola de lógica. A cada erro e comando errado que ele cometia, ele aprendia a pensar de forma mais estruturada e organizada – um aprendizado que levaria para o resto da vida.
“O DOS era meu playground particular. Mergulhava por horas em sua interface, experimentando comandos, criando pequenas utilidades e explorando os limites do sistema. Cada nova função que dominava era como desvendar um novo enigma, abrindo portas para um universo infinito de possibilidades.
Em poucos meses, já me aventurei a escrever minhas próprias linhas de código em BASIC, construindo programas simples, mas que me proporcionaram uma enorme satisfação. A chegada do lendário PC-XT da IBM foi um marco. Aquela máquina, com sua potência e recursos avançados, parecia saída de um filme de ficção científica. Sonhava em ter um para chamar de meu, mas por enquanto, me contentava em explorá-lo nos laboratórios do curso, onde cada sessão era uma nova aventura.”
No início dos anos 90, a vida me presenteou com uma amizade especial: um irmão de outra mãe, cujo pai tinha uma empresa de telefonia e havia acabado de adquirir um CP500. Sem saber na época, essa amizade seria fundamental para o meu futuro na área da informática.
Eu virei a pessoa de referência para quando alguém precisava de ajuda para fazer um disquete funcionar ou queria saber como acessar o wordstar para textos e Lotus 1-2-3 para uma planilha.
O “WordStar” foi um programa relativamente simples de usar, com seus comandos acessados por teclas. Por exemplo, a combinação CTRL + K + B marcava um bloco de texto que podia ser copiado ou recortado. Hoje isso é feito rapidamente com o mouse e os comandos CRTL + C ou CTRL + X.
Neste mesmo período da década comecei meu primeiro emprego como office-boy e foi que conheci o Baixinho, rs, apesar do apelido ele era um gigante de altura e no mundo da tecnologia que me inspirou muito. Graças a ele, descobri minha paixão por computadores em aprender a montá-los do zero.
Nossas viagens ao Paraguai para comprar peças eram aventuras inesquecíveis. Naquela época, poucos dominavam essa área, e nós estávamos à frente, construindo máquinas personalizadas para nossos clientes.
A cada computador montado, era como dar vida a uma nova criação. A satisfação de ver a máquina ligando pela primeira vez e o cliente satisfeito era indescritível.
Essas experiências me ensinaram não apenas a montar computadores, mas também a lidar com pessoas, a resolver problemas e a trabalhar em equipe.”
Graças a ele minha paixão nasceu, ele sem querer me apresentou a necessidade de saber montar um PC e preparar para uso.
“A jornada que comecei como um garoto fascinado por eletrônicos me levou a um mundo de possibilidades infinitas.”
“Este artigo faz parte de uma série sobre a minha história.
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